Tomas Coelho, a maior colônia de imigrantes poloneses das circunvizinhanças da capital, fundada por Lamenha Lins em 1876, tinha como objetivo abastecer a capital do Estado com gêneros agrícolas.

         A grande religiosidade destes imigrantes, registra-se em Araucária, através da construção de capelinhas em terrenos particulares.

         Uma delas, localizada na Avenida Centenário conhecida na região por “Capelinha de São Miguel”, foi construída em 1894, pelo imigrante polonês Miguel Gurski.

A família Gurski, ao fixar-se na Colônia, construiu inicialmente um paiol de troncos falquejados à beira da estrada, transferindo-o mais tarde para o fundo do terreno, quando construiu a casa.

         Construiu a Capela no mesmo local onde havia construído o paiol, à beira da estrada.

         Mensalmente realizavam-se aí procissões.

         Segundo a Senhora Paraskiewija Fil Skrypiec, originalmente a Capela possuía uma grande cruz de madeira com a imagem de Cristo Crucificado, um pequeno altar, dois candelabros e um quadro com gravura vindo da Polônia, que foram furtados.

         Em 1926, Theodoro Gurski, filho de Miguel Gurski, vendeu a propriedade, que contava com 3 alqueires e 3 quartas a João Filipak, pelo valor de 2:500$0000 (dois contos e quinhentos mil réis), conforme escritura lavrada em 24 de maio de 1926.

         A propriedade foi dividida entre os herdeiros de João Filipak.

         Conforme escritura lavrada em 24 de abril de 1930, vendeu parte da propriedade para Aleixo Fil.

         No período de 1930 a 1936, Aleixo Fil, adquiriu as outras partes. Nas escrituras o nome Aleixo Fil, foi trocado pelos nomes de André e Alexandre Fil. Segundo a Senhora Catarina Fil Orlikowski, filha do Senhor Aleixo, essa troca de nomes causou muitos problemas para a família, principalmente com relação a herança.

         A Senhora Catarina conta que a família residiu na casa antes da compra da propriedade, desde 1928 aproximadamente.

         Por herança a propriedade ficou para Dona Catarina Paraskiewija e herdeiros de Eudóxia.

         O Memorial da Imigração Polonesa - Parque Romão Wachowicz, está localizado em terras que por herança pertenceram à Senhora Paraskiewija, uma das filhas do Senhor Aleixo Fil.

         Dona Catarina permaneceu na casa até 1974. Foi a sua última moradora.

         A Capela foi restaurada e tombada através do Decreto número 2.583/1981, pelo Prefeito Rizio Wachowicz, mas, com o tempo sofreu depredações.

         Conforme escritura lavrada em 07 de outubro de 1994, a Senhora Paraskiewija Fil Skrypiec vendeu o imóvel para a Tenda Espiritual de Umbanda e Candomblé Engenho de Oxalá e a Maria Amália de Vasconcelos.

         A Prefeitura Municipal de Araucária, com o intuito de preservar a memória da imigração polonesa, que tanto colaborou para o desenvolvimento do Município, em 24 de abril de 1995 (conforme escritura), desapropriou amigavelmente parte da propriedade (4.643,45 metros quadrados), pertencentes à Tenda Espiritual de Umbanda e Candomblé Engenho de Oxalá, representada por Aroldo Celestino e Maria Amália de Vasconcelos pelo valor de R$ 9.286,00.

         A Capela foi restaurada e a casa reconstruída para abrigar o Memorial da Imigração Polonesa. Inaugurado em 17 de setembro de 1995, com fotos da região de Thomaz Coelho, do início do século e fotos da década de 80, e documentos referentes à região.

         As fotos do início do século foram retiradas do arquivo particular do Professor Rui Wachowicz - são de reproduções de revistas polonesas, editadas em Cracóvia no início do século. Estas edições referem-se a imigração polonesa e ao importante papel da missão católica. As da década de 80 são da autoria de João Urban. Muitas destas fotos foram publicadas em “A Represa e os Colonos”, editado pela Secretaria de Estado da Cultura, em 1986.

         O Setor está vinculado à coordenação do Museu Tingüi-Cuera.

Endereço: Av. Centenário nº 1105, São Miguel

Telefone: 3643-7233